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O QUE É A PÁSCOA?

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Tem muita gente boa que pensa que páscoa se resume a ovos de chocolate, coelhinho e votos de felicidades, mas não sabe o significado, celebra o desconhecido. Nas cidades do interior do Brasil, no sábado chamado de aleluia, os vizinhos se reúnem para malhar um boneco de trapos que simboliza o Judas e tome surra, até o boneco se despedaçar e ser chutado pela molecada na rua.

Na semana santa, na quinta e sexta-feira, não se pode comer carne, mas ninguém nem sabe a razão, só sabe que é assim e segue à risca o cardápio do dia e ai de quem comer uma picanha.

Bom, algumas coisas estão enraizadas em nossa cultura ocidental, ou em nossa denominação cristã e outras, não se sabe de onde saiu, são os famosos penduricalhos anexados à lei, ou à Bíblia e que não têm qualquer significado.

A páscoa é uma celebração judaica e cristã, só que com significados e simbolismos diferentes. Vamos começar pelo comecinho de tudo. Páscoa (Pessach em hebraico) significa passagem e foi instituída para comemorar a libertação dos hebreus do cativeiro no Egito. Antes de a décima praga ser derramada sobre todo o Egito, Moisés instruiu o povo hebreu a sacrificar um cordeiro e aspergir (molhar leve e superficialmente) o sangue dele sobre os umbrais das portas de suas casas, para que fossem poupados da morte de seus primogênitos.

Naquela noite os hebreus comeram a carne do cordeiro, acompanhada de pães ázimos (sem fermento) e ervas amargas. Há todo um ritual judaico para a celebração de sua páscoa. Na noite de celebração da páscoa, por exemplo, as casas devem estar limpas e bem arrumadas, e todo um conjunto específico de talheres é utilizado na ceia. Além disso, qualquer tipo de alimento fermentado tem o seu consumo terminantemente proibido.

Para o judeu a páscoa é a festa da passagem do cativeiro para a liberdade, para o cristão a páscoa representa a libertação de nossos pecados, através da morte e ressurreição de Jesus. Durante o período da páscoa os cristãos do mundo inteiro revivem o sofrimento, morte e ressurreição de Jesus.

Jesus foi crucificado numa sexta-feira e a celebração da páscoa judaica era no sábado, era o dia da preparação da páscoa e os fariseus foram pedir a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos condenados na cruz, para que morressem logo e não atrapalhassem a celebração do sábado, veja: “Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.”(João 19:31)

A morte na cruz era muito cruel, porque a pessoa precisava pisar naquele pequeno patamar de madeira sob os pés para poder respirar, no momento em que quebravam as pernas dos condenados, eles morriam asfixiados, porque perdiam o apoio dos pés e a capacidade de encher os pulmões de oxigênio.

Quando os soldados romanos chegaram para cumprir a ordem de Pilatos de quebrar as pernas dos condenados, fizeram isso nos dois que estavam dos lados de Jesus, mas não quebraram um osso Dele, porque Ele já estava morto.

Jesus morreu numa sexta, véspera da celebração da páscoa judaica e até aí foi perseguido pelo Sinédrio, que queria ver Jesus agonizar, morrendo por asfixia. A desculpa era justamente a páscoa, afinal corpos pendurados em cruzes ficava bem feio, eles queriam esconder sua própria crueldade ao mandar matar um inocente, que jamais falou contra César, ou o Império Romano.

Desta forma a páscoa cristã tem origem no judaísmo, mas lembra a morte e ressurreição de Jesus, que ressuscitou na manhã do domingo, quando os judeus ainda comemoravam sua páscoa.

E os ovos de páscoa? E o coelhinho da páscoa? De onde vem tudo isso? O ovo de páscoa vem das culturas pagãs, que celebravam o fim do inverno e o começo da estação do ano de plantio, então, para obterem uma boa colheita, os agricultores enterravam ovos nas terras de cultivo. Era uma espécie de mandinga bem antiga e que foi incorporada às comemorações de algumas denominações cristãs da semana santa. Os antigos cristãos, para justificar o ovo na semana santa, passaram a usar o ovo como um símbolo da ressurreição de Jesus. Nada a ver, mas é isso.

E o famoso coelhinho da páscoa? Este vem do Egito, que adorava vários deuses e tinha no coelho um símbolo de nascimento, de uma nova vida. Alguns povos da Antiguidade também consideravam o coelho como um símbolo da Lua. É possível também que o coelho, como símbolo pascal de algumas denominações cristãs, seja devido ao fato da Lua determinar a data da páscoa.

De toda sorte, o ovo de chocolate e o coelhinho com uma cestinha de ovos coloridos, entraram na páscoa do mesmo jeito que a árvore cheia de luzes entrou no Natal, de gaiatos no navio. Páscoa não é ovo de chocolate, por mais caro que seja. Páscoa não tem nada com coelhinho que, aliás, nem põe ovos.

E não comer carne? Pode ou não comer? A questão do jejum de carne está ligada diretamente a uma denominação cristã, todas as demais não aderiram a esta prática, mas vamos lá, vamos tentar entender o significado.

A ideia desta determinada igreja é levar seus fiéis a se unir ao sacrifício de Jesus, que na cruz realizou o sacrifício de entregar Sua vida por amor de toda a humanidade. Na verdade existem dois objetivos no jejum de carne, uma é a abstinência que une seus fiéis ao sacrifício de Jesus, além de submeter o próprio corpo, revelando a superioridade do homem sobre seus desejos e serve também para passar um pouco de fome, para refletir sobre os pobres, que nada têm para comer.

Use sua inteligência. Você já viu alguém refletir sobre os pobres, porque está em jejum de carne? E outra, jejum é maneira de dizer, porque só não se come carne, mas aí entra o belo bacalhau, o peixe de forno, o camarão na moranga e outros quitutes maravilhosos. O que vai importar é sua consciência, cada um é juiz de seus atos e comer, ou não comer carne na semana santa passa a ser uma decisão pessoal, é o seu livre arbítrio em ação.

Todas as comemorações durante esta semana, chamada de santa, devem nos levar a uma profunda reflexão que não passa pelo jejum de carne, nem pelo coelhinho com cara engraçada, nem pelos saborosos chocolates em forma de ovo, mas pela vida e ressurreição de Jesus.

O que vale a pena lembrar é o sacrifício de um Deus que se fez carne apenas para nos salvar de nossos pecados e, acima de tudo, vale a pena comemorar a ressurreição de Jesus, porque por Sua ressurreição é que somos salvos. Deixe de lado os penduricalhos e se concentre no principal: a oportunidade de saber mais sobre Jesus e entregar sua vida nas mãos do Senhor da Vida, o Especialista em transformar maldição em bênção.


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