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Pesquisas e descompasso da oposição

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Até o momento, não tem rendido bons resultados a estratégia da oposição de lançar-se à disputa pela sucessão da presidenta, Dilma Rousseff, com quase dois anos de antecedência – algo, aliás, revelador da inconsistência política de que padece, preocupada antes com o pleito eleitoral do que com a construção de um programa de ideias e propostas para governar o país.

Dois levantamentos recentes realizados pelos institutos Datafolha e Ibope apontaram, de forma inequívoca, a solidez e a hegemonia do projeto de desenvolvimento em curso, iniciado pelo ex-presidente Lula e continuado pela presidenta Dilma. Ambas as pesquisas apontaram a preferência disparada dos entrevistados pela presidenta, caso as eleições presidenciais se realizassem hoje. O Datafolha mostrou também que o Partido dos Trabalhadores continua sendo o mais admirado pelos brasileiros e que é visto como importante para a condução da atual gestão.

De acordo com o Datafolha, a presidenta Dilma tem 58% das intenções de voto, quatro pontos a mais do que no levantamento anterior, realizado em dezembro, e venceria no primeiro turno a disputa presidencial. A ex-senadora Marina Silva, que tenta consolidar uma nova legenda partidária, oscilou dois pontos para baixo e chegou a 16%. O presidenciável senador Aécio Neves (PSDB) também sofreu variação de dois pontos para baixo e foi a 10%. Já o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), oscilou dois para cima e está com 6%.

O Ibope também indica a vitória da presidenta Dilma no primeiro turno. Em parceria com o jornal O Estado de S.Paulo, a pesquisa mostra que a presidenta tem 76% de potencial de voto, quase o dobro do registrado por sua adversária mais próxima, Marina Silva, que chegou a 40%. Dos 76% possíveis eleitores de Dilma, 52% dizem que votariam com certeza e outros 24% dizem que poderiam votar nela. O potencial de Dilma é três vezes maior do que o de Aécio Neves (PSDB) e sete vezes maior do que o de Eduardo Campos (PSB). Há de se levar em conta, entretanto, que Aécio e Campos ainda são bastante desconhecidos da população: 39% não conhecem o ex-governador mineiro e 54% desconhecem o atual governador de Pernambuco.

Nessa pesquisa, Dilma lidera em todas as regiões do país, com maior vantagem no Nordeste, onde soma 64% das intenções de voto, e em todas as faixas de renda, com maior preferência entre as pessoas ganham até dois salários mínimos (62%). O estudo revela ainda a rejeição aos nomes apresentados: Dilma tem 20% de rejeição; Marina, 40%; Aécio, 36%; e Campos, 35%. O saldo do potencial de votos de Marina (intenção menos rejeição) zerou, enquanto o de Aécio e o de Campos ficaram negativos ?em 11 e 25 pontos, respectivamente.

Já José Serra, que em nenhum momento apresenta disposição de se ausentar da disputa, apesar de duas vezes derrotado na eleição presidencial e também na eleição municipal do ano passado, mesmo reconhecido pela grande maioria ?só 14% dos entrevistados não o conhecem?, tem a maior rejeição: 50% afirmaram que não votariam nele em hipótese alguma, o que demonstra que, mais do que qualquer outro nome da oposição, o ex-governador é o que tem menor espaço para crescer.

Os dados desses dois levantamentos somados ao da pesquisa realizada na semana passada pelo CNI-Ibope, indicando novo recorde de aprovação ao governo da presidenta Dilma – 65% dos brasileiros consideram a atual gestão ótima ou boa – provam o quanto a oposição está sem rumo, dividida, sem liderança e sem direção, incapaz de se apresentar como uma alternativa viável no atual cenário.

A rejeição a Aécio no Ibope e sua queda no Datafolha, ainda que na margem de erro, além de seu baixo percentual de intenção de voto, só expressam o quanto sua apressada candidatura necessita de amadurecimento, de mostrar a que veio e o que pretende. Até aqui, toda a campanha prévia realizada e amplificada pela grande mídia, fundamentada, sobretudo, em ataques ao governo e na invenção de crises para o país, foi fracassada.

Mesmo empenhada em uma campanha à parte para desconstruir o PT e as conquistas históricas obtidas nestes últimos dez anos em que o partido está à frente da administração federal, a oposição não consegue anular as mudanças concretas pelas quais nosso país vem passando, melhorias sentidas e aprovadas pela população.

Mais uma pesquisa, esta sobre a preferência partidária, apontou a predileção de 29% dos eleitores pesquisados pelo PT, enquanto o PSDB, principal partido de oposição, tem a preferência de apenas 4,5% dos brasileiros, e o PMDB, de 7,5%. O estudo constatou também que 55% dos brasileiros acreditam que o PT ajuda a presidenta da República em sua gestão e que 72% consideram o desempenho do partido no governo bom, indicadores que contrariam aquilo que a grande mídia tentam impingir diariamente à população, com noticiário sempre negativo ao PT.

Por fim, os dados do Datafolha revelam a confiança da população em relação aos rumos da economia e ao futuro do nosso país. No tocante ao emprego, por exemplo, 75% acreditam que não correm risco de serem demitidos e 41% acreditam que o desemprego vai diminuir. A situação econômica do país é aprovada por 44% dos entrevistados, enquanto 76% consideram que o Brasil é um lugar bom ou ótimo para se viver.

Todas essas informações mostram o quanto a oposição e certa mídia estão em descompasso, distantes da realidade do nosso país, do sentimento e da percepção popular. O despropósito da antecipação da sucessão e todo o esforço para tentar desqualificar o governo não só não fazem eco junto ao povo, como, ao que tudo indica, fortalecem a presidenta e o PT, deixando patente a total ausência de espírito público da oposição.

José Dirceu, 67, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT

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