Por Zé Dirceu
Foi um verdadeiro balanço do atendimento às reivindicações das ruas nas manifestações dos últimos três meses a entrevista que a presidenta Dilma Rousseff concedeu no aeroporto de Congonhas, ao desembarcar para visita ontem a São Bernardo do Campo, no ABCD paulista.
Foi um verdadeiro balanço do atendimento às reivindicações das ruas nas manifestações dos últimos três meses a entrevista que a presidenta Dilma Rousseff concedeu no aeroporto de Congonhas, ao desembarcar para visita ontem a São Bernardo do Campo, no ABCD paulista.
A presidenta reconheceu, inclusive, que a onda de manifestações iniciadas em junho no país criou um ambiente político que "ajudou muito" na aprovação de medidas como a destinação de royalties do petróleo para a educação. A proposta do Executivo apresentada no início deste ano foi aprovada pela Câmara na última semana e está prestes a ser sancionada pela presidenta da República.
Na entrevista a duas emissoras de rádio do ABCD, a presidenta elogiou o Congresso pela aprovação da destinação de 75% dos royalties do petróleo do pré-sal para a educação, destacando que a nova lei vai aumentar investimentos em creches, na capacitação de professores, alfabetização na idade certa, ampliação do ensino médio em tempo integral e criação de universidades no interior do país. Segundo ela, no ano que vem, os royalties já deverão somar R$ 1,4 bi ao orçamento da educação, alcançando R$ 6 bi em 2016 e R$ 13 bi em 2018.
Governo ouviu, entendeu e atendeu as principais demandas
A presidenta Dilma lembrou que a medida voltada para a Educação faz parte dos cinco pactos propostos por ela no final de junho como resposta aos protestos, que cobravam, entre outros pontos, melhorias no serviço público. E mencionou, ainda, outro pacto: a viabilização de mais médicos no interior e periferias das grandes cidades, programa que o governo propôs por Medida Provisória (MP) ao Congresso e que já está em andamento enquanto a proposta tramita.
"Nesses dois pactos - enfatizou a presidenta - (educação e saúde-médicos), vamos ter uma boa resposta", afirmou a presidenta na entrevista. Sobre os pactos anunciados em junho como resposta aos protestos, a chefe do governo acentuou que já foram todos encaminhados ao Congresso, de quem ela disse esperar "parceria" e "diálogo" para a aprovação.
A chefe do Estado citou ainda outros dois pactos firmados por ela junto a prefeitos e governadores em junho: a reforma política e a responsabilidade fiscal. No tocante à reforma política, mencionou recente pesquisa do Ibope que registrou apoio de 85% dos brasileiros a mudanças no sistema eleitoral e de 84% para que tenham validade nas eleições do ano que vem.
Já a mídia e conservadores criminalizam e querem o fim das manifestações
Já em relação à responsabilidade fiscal - compromisso de não criar despesas que ultrapassem as receitas -, a presidenta afirmou que esta é "condição para os demais pactos". "Só podemos fazer aquilo que temos dinheiro necessário e não coloque em risco a estabilidade financeira, a macroeconomia do país e o controle da inflação", alertou.
Como vocês veem pelo balanço apresentado, o governo ouviu e atendeu as reivindicações das ruas e jamais criminalizou as manifestações - salvo a recriminação, sempre, aos atos de baderna e vandalismo que as encerram várias vezes. Ao contrário, portanto, do que fazem a imprensa, a direita e conservadores em geral, conforme apontei em nota publicada aqui no blog ontem (leiam, também, Mídia empenha-se de novo em desqualificar manifestações. E volta a pedir repressão).
A mídia primeiro pediu repressão, depois tentou manipular e dirigir os atos jogando-os contra o governo. Para ela protestos só devem ocorrer se forem contra o PT e o governo. Não colou e agora quer repressão de novo e pede o fim das manifestações.