Com brigas do lado de fora e torcidas organizadas nas galerias, a CPI dos Ônibus começou seus trabalhos num ambiente bastante confuso; presidente da comissão, vereador Chiquinho Brazão, do PMDB, exibiu sapato lançado contra ele; manifestantes viraram de costas quando ele começou a falar; cinegrafista da Band News foi agredido; ocupação e acampamento acabaram, mas bagunça nunca não foi tão grande
22 DE AGOSTO DE 2013
247 – É um jogo de futebol, é um circo? Não, é a CPI dos Ônibus que começou oficialmente na manhã desta quinta-feira 22, no plenário da Câmara Municipal, no centro do Rio de Janeiro. Com as galerias lotadas por manifestantes, os trabalhos foram abertos pelo presidente da comissão, Chiquinho Brazão, sob vaias. No primeiro pronunciamento dele, a maior parte do público virou de costas. Antes, um tênis chegou a ser arremessado na direção do vereador.
Os primeiros depoimentos transcorreram sob xingamentos, cantorias e apupos. Manifestantes simularam borrifar inseticidas para matar as "baratas" da Câmara. Uma equipe de jornalismo da emissora Globo News chegou a ser empurrada por um grupo de manifestantes, num início de agressão. O grupo que tomou as galerias tem a mesma orientação política dos militantes que ocuparam a Câmara e acamparam em suas escadarias. Eles deixaram essas posições ontem, por força de ordem judicial.
Com muitos simpatizantes do PSOL, os manifestantes estão descontentes pelo fato de o requerente da CPI, vereador Eliomar Coelho (PSOL) não estar presidindo a comissão. Com outros colegas, o vereador impetrou pedido de mandado de segurança na Justiça do Rio para conseguir mais uma vaga para a oposição entre as cinco cadeiras da CPI. Antes do julgamento do pedido, os governistas têm quatro cadeiras na comissão e a oposição, apenas uma. Uma corrente do PSOL defende a realização de uma CPI Pública, ou paralela, para apurar a situação do transporte público na cidade.