Quem lê jornal encontra com bastante frequência nas notícias as expressões “segundo auxiliares do governo”, “de acordo com interlocutores do governo” ou “informou uma fonte do governo”. É o que se chama de “off”, quando a informação é atribuída a uma fonte não revelada.
O problema é que isso, muitas vezes, serve apenas para veicular informações que interessem a determinadas pessoas ou grupos.
Hoje, no Estadão, lemos que “auxiliares do governo” dizem que a presidenta Dilma Rousseff pretende deixar na gaveta a proposta de regulação da mídia brasileira.
Ora, quem vaza esse tipo de informação em off para imprensa não são auxiliares da presidenta. São auxiliares da imprensa, da política dos donos dos jornais, seja qual for a posição da presidenta e do governo sobre o assunto.
É um direito de Dilma tomar a decisão que julgar mais adequada.
O que não se pode aceitar é essa tática da imprensa – que resiste por todos os meios a qualquer tipo de regulação, algo já existente em diversos países democráticos do mundo, tanto desenvolvidos quando em desenvolvimento – de tratar as informações de modo não transparente.