Um dos nomes de maior peso até agora a garantir participação no partido criado neste sábado pela ex-ministra Marina Silva, em Brasília, deputado tucano Walter Feldman afirma que expressão seria "arrogante", mas está certo de que este é o "grande fato novo na política desde a criação do PSDB, em 1988". Para ele, ainda é "totalmente cedo" para falar de 2014. Já para Marina, candidatura à presidência da República é uma "possibilidade"
17 DE FEVEREIRO DE 2013
Gisele Federicce _247 – Ele não vem para "salvar a pátria", admite o deputado federal Walter Feldman (PSDB-SP), mas "é o grande fato novo na política desde a criação do PSDB, em 1988", garante. O embrião do 31º partido brasileiro foi lançado em Brasília, neste sábado 16, num evento que reuniu mais de mil pessoas e teve como estrela a ex-ministra Marina Silva. Em entrevista ao 247, Feldman afirma que com a nova legenda - que recebeu o nome de Rede Sustentabilidade - "espera tudo" no cenário político, mas principalmente "fazer política pela sociedade".
Apesar de ser um dos nomes de maior peso a garantir até agora participação no novo partido – ele afirma que já deixou claro dentro do PSDB que migrará assim que a sigla for registrada no TSE –, o tucano acredita que a migração de políticos conhecidos não é importante neste momento. "O importante agora é reunir o máximo de pessoas possível para conseguir o registro. Na hora que tiver o registro, a migração é muito mais facilitada". Marina chamou para fazer parte da sigla o senador do PT Eduardo Suplicy, o ex-deputado Fernando Gabeira e a deputada Luiza Erundina (PSB), mas todos recusaram o convite.
Ele explica que uma das principais diferenças da legenda será a rotatividade de pessoas e a atuação por meio da sociedade, que, segundo ele, não têm mais como participar da vida política. "O próprio nome [Rede] propõe que será uma estrutura flexível de partido, com um rodízio permanente, com um conselho da sociedade civil pra discutir ética, comportamento. A sociedade como um todo poderá participar. Será um sistema mais ágil de rodízio", explica.
O deputado admite que propostas inovadoras como a recusa de filiados que não sejam ficha-limpa ou a limitação a contribuições financeiras de "setores que são antagônicos à sustentabilidade" podem causar o afastamento de políticos, mas que isso é necessário, para que não seja criado um "exército de esfarrapados". Para Feldman, "os meios justificam os fins. O princípio da qualidade é fundamental para que a participação seja feita por pessoas de bens, e não por interesses escusos, muitas vezes criminosos".
Trata-se de "um fato novo, contemporâneo, instigante e transformador", afirma o tucano, "com um pensar e agir permanente, não só na hora da eleição". E por falar nisso, Feldman adiante que "é totalmente cedo" para falar em 2014, acrescentando que Marina não aceita falar em candidatura. No evento deste sábado, no entanto, ela declarou que há uma "possibilidade".
Discurso de lançamento
Durante sua fala aos membros da chamada Rede Pró-Partido, Marina Silva afirmou que a nova legenda não deverá ser "nem oposição, nem situação" ao governo de Dilma Rousseff. "Nem posição nem situação, nós precisamos de pessoas que tenham posição. Se Dilma fizer algo bom para o país, nossa posição será favorável. Se estiver contra o Código Florestal, nossa posição é contrária", disse. "Parece ingênuo, mas não tem nada de ingenuidade".
Ela admitiu que poderá fazer "alianças pontuais", mas afirmou que foco da legenda não é a eleição de 2014. "É uma possibilidade. mas, por enquanto, é apenas possibilidade", disse Marina, em referência a uma candidatura sua à presidência da República. Já a ex-senadora Heloísa Helena foi mais direta quanto aos planos para o ano que vem, durante seu discurso. "Marina não gosta que digam... mas o objetivo é fazer Marina Silva candidata a presidente em 2014", afirmou, sendo aplaudida em seguida.
Para haver uma candidatura em 2014, é preciso reunir 500 mil assinaturas até outubro e então dar entrada para registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Marina acredita que três meses seja tempo suficiente para isso. "Somos uma rede, estamos fazendo esforço para a criação de um novo partido político. Nós somos uma comunidade de pensamento. Estamos no esforço de que isso se viabilize. Depois é que vem o processo de registro", declarou.
Afirmando que o "movimento da sustentabilidade é muito maior do que um partido", a ex-ministra disse que a nova legenda vem para quebrar o monopólio existente entre PT e PSDB e que os novos integrantes devem fazer a opção por identidade programática. "Não estamos fazendo recrutamento de parlamentares para integrar a futura legenda. Estamos sendo procurados para conversar por várias pessoas e conversando, na medida do possível".
http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/93763/Feldman-ao-247-%E2%80%98Rede%E2%80%99-n%C3%A3o-ser%C3%A1-o-%E2%80%9Csalvador-da-p%C3%A1tria%E2%80%9D.htm