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SEM A REFORMA DA PREVIDÊNCIA, MERCADO DECRETA A MORTE DO GOVERNO E JÁ DISCUTE SUCESSÃO DE BOLSONARO

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Em artigo publicado na revista Exame, o economista Sérgio Vale, defensor da reforma da Previdência, diz que se o projeto não passar, Bolsonaro cai antes que o governo complete seis meses. E já discute quem entrará no lugar do presidente. “Isso também inviabilizaria a continuidade das concessões e privatizações, reforma tributária e qualquer outro tipo de acordo com o Congresso”.

Sergio Vale (*)

Em menos de três meses de governo, às vezes parece que estamos falando de um mandato que está terminando. A impressão de “pato manco” começa a se espalhar pelo governo Bolsonaro rapidamente e a primeira vítima poderá ser a reforma da Previdência.


Em coluna anterior, enfatizamos a justiça social por trás da reforma, da qual se esperava que houvesse a mesma visão quando viesse a reforma dos militares. Entretanto, o banho de água fria se instalou quando se viu que as perdas relativas dos militares seriam muito menores do que dos servidores públicos civis e do setor privado. Por estarem entranhados no poder e com um presidente de origem militar a sensação de manutenção de privilégios era tudo o que a turma do contra queria para barrar a reforma. Esse primeiro erro estratégico será cobrado caro nas próximas semanas.

Na sequência, os atritos entre o Legislativo e o Executivo aumentaram, com a clareza cada vez maior de que não há articulação política para a reforma da previdência. A declaração de Bolsonaro de que preferia não aprovar essa reforma, mas que precisa ser feita não ajuda na frente de batalha. O Congresso não parece querer ficar com o ônus de uma reforma que o presidente insiste em não abraçar como deveria.
As divergências entre Rodrigo Maia e Sergio Moro e a prisão do ex-presidente Temer dão mais pimenta para um molho que já estava intragável. Resta saber agora se há chance dessa reforma passar.

Os mercados já começaram a incorporar nos preços o risco de não aprovação da reforma. Depois de bater nos 100 mil pontos, o destino da bolsa por algumas semanas deverá ser novas baixas, da mesma forma que o câmbio caminha célere para R$/US$ 4,0. Mas isso talvez não seja suficiente para acordar o governo. Os mercados poderão ter que reagir mais negativamente para pressioná-lo a mudar a rota e se empenhar mais pela reforma. Parece tom de ameaça dos mercados quando se fala isso, mas é apenas a incorporação do que significará à frente a não aprovação da mesma. O risco que pode ficar crescente é que na instabilidade dos mercados a desarticulação política aumente. Há chance de abandono precoce do barco de um governo que insiste em não negociar e cada vez mais com menos liderança.

A morte precoce do governo Bolsonaro pela não aprovação da reforma detonará a volta da recessão em cima de uma economia que ainda se encontra muito fraca. O PIB caiu 11% entre dezembro de 2013 e dezembro de 2016 e até agora recuperou apenas 4,5%. As recuperações judiciais voltaram a aumentar ano passado e, para piorar a situação, o cenário internacional tem dado mostras de piora a cada mês, aumentando ainda mais o risco de depreciação mais forte da taxa de câmbio.

No caso de um cenário de crise econômica será difícil qualquer tipo de Plano B. Certamente o Pacto Federativo do Ministro Paulo Guedes não é uma alternativa e nem passaria em situação de tamanha crise. O problema será de difícil solução pois o grupo político que gerou a crise não terá espaço para pensar em Plano B depois de desperdiçar o Plano A. Isso também inviabilizaria a continuidade das concessões e privatizações, reforma tributária e qualquer outro tipo de acordo com o Congresso. A pura inviabilização de qualquer avanço traria novamente o descontentamento da população com a recessão (aliás, em cima de um governo que já está começando a ficar impopular). Bolsonaro, nesse sentido, não seria diferente de Dilma, sendo que o descaso com a política é o que une os dois presidentes.



A sequência da crise política com nova crise econômica seria devastadora para o governo. Haveria a opção desgastante de buscar novo impeachment, o que seria facilitado pela recessão, mas com a demora do processo piorando ainda mais o quadro econômico. Golpe parece algo distante, especialmente porque seria de todo interesse do governo trabalhar pelo vice-presidente Mourão, que mostrou evolução impressionante e discernimento para entender o papel que lhe cabe no Planalto. Numa tentativa de golpe, os militares ficariam com Bolsonaro ou Mourão? Creio que o desgaste que a cúpula militar já sofre com Bolsonaro faria a opção Mourão ser facilmente aceita.

Há também a solução Jânio Quadros. Descontente com o Congresso que não lhe atendia e acreditando que voltaria nos braços do povo, Jânio renunciou com sete meses de governo e virou personagem de triste memória. Seria a solução menos traumática talvez, mas com os filhos do presidente sendo a voz provavelmente contra tal decisão.
Parece loucura escrevermos sobre esses cenários com três meses de governo, mas é o que tende a acontecer se o Executivo não acordar para a dura realidade de se empenhar mais para que a reforma seja aprovada. Quero crer que o governo tenha plena consciência disso e comece a se articular para aprovar a reforma.
(*) Mestre em economia pela USP e pela Universidade de Wisconsin, Sérgio Vale é economista-chefe da consultoria MB Associados.

*Com informações do Nocaute





Paulo Preto vai ferrar o Serra!

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Globo: Bretas quer tirar laranja do Serra do alcance do Gilmar



De notável colonista do Globo, Lauro Jardim, especialista em irresistível ascensão de banqueiros:

Ele quer falar

Paulo Preto, o operador do PSDB paulista preso em fevereiro pela terceira vez, está procurando um advogado para fazer a sua delação premiada. Se fechar mesmo, fará um strike no PSDB paulista. Seu amigão Aloysio Nunes, contudo, tende a ser preservado até aonde Paulo Preto conseguir. 

Mudança de ares

A propósito, a Justiça Federal do Rio de Janeiro tem planos para puxar o caso Paulo Preto para a sua esfera de atuação na Lava-Jato. (...)

André Singer: Eleitores populares de Bolsonaro começam a pular do barco

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Eleitores populares de Bolsonaro começam a pular do barco

Queda em avaliação é mais acentuada entre quem ganha de 2 a 5 salários mínimos
Aspecto pouco notado na queda de aprovação do governo, registrada pelo Ibope nesta semana, é a sua distribuição pela renda. Foram os eleitores populares que começaram a pular do barco bolsonariano. Possivelmente os mesmos que, no final do primeiro turno de 2018, sobretudo no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, produziram a incrível onda de extrema direita que varreu o país.
A perda de 15 pontos percentuais na avaliação positiva de Bolsonaro foi mais acentuada entre os eleitores que ganham de 2 a 5 salários mínimos (SM) de renda familiar mensal, chegando ali a um recuo de 18 pontos. Hoje apenas 35% desse segmento apoia o mandato em curso, índice que cai para 29% daqueles cujo ingresso familiar restringe-se a um SM.
Já quando a família recebe acima de cinco salários mínimos, 49% dos entrevistados gostam da administração do capitão reformado. Aqui a perda foi de apenas oito pontos em relação à posse (tinha 57% de ótimo e bom em janeiro).
Na mesma linha, o instituto de pesquisa nota o aumento da rejeição entre os moradores “que residem nas cidades das periferias brasileiras”.
Nesse segmento o índice dos que consideram ruim ou péssimo o desempenho presidencial subiu nada menos que 21 pontos no período. O Nordeste, por sua vez, abriga apenas 31% que se mostram satisfeitos.
A persistência de melhor humor no Sul, onde 41% ainda apreciam o mandato em curso, ilustra a divisão social que permeia a conjuntura, pois a região concentra os menores indicadores de pobreza.
Se a economia comandar os rumos do eleitorado, como parece provável, uma recuperação no curto prazo é difícil.
Vale lembrar que o primeiro governo Lula, por exemplo, em que pese ter demorado para produzir aquecimento do PIB, conseguiu estancar de imediato o ciclo inflacionário que herdara da etapa anterior.
Bolsonaro já pegou o leme com inflação irrelevante. Se não conseguir criar postos de trabalho e oferecer renda, continuará em baixa.
Tal contexto daria à oposição a chance de apresentar alternativas ao modelo ultraneoliberal. As eleições de 2020, sobretudo nas capitais, seriam o teste de tal embate.
Olhando o assunto do ângulo político, a prisão de Michel Temer ainda é uma incógnita.
Foi a Lava Jato que o levou ao poder, uma vez que decisiva para o impeachment de Dilma Rousseff. Depois, com a gravação de Joesley, afundou o regime emedebista e ajudou a ascensão de Bolsonaro.
Agora, com a detenção do ex-presidente, atrapalha a reforma previdenciária de Paulo Guedes e aprofunda a divisão das hostes bolsonaristas. Terá fôlego para empurrar Sergio Moro rampa acima?
André Singer é professor de ciência política da USP, ex-secretário de Imprensa da Presidência (2003-2007). É autor de “O Lulismo em Crise”.
https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/andre-singer-eleitores-populares-de-bolsonaro-comecam-a-pular-do-barco.html

VÍDEOS – Quadro #issoaglobonãomostra, do Fantástico, tira sarro de briga Moro x Maia, prisão do Temer e Bettina - ASSISTA

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Sob Bolsonaro, Ministério da Educação suspende avaliação da alfabetização por dois anos

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Segundo o órgão, a interrupção da prova ocorre para que as redes escolares possam se adaptar à Base Nacional Comum Curricular (que define o que os alunos devem aprender) e à nova política de alfabetização proposta pelo governo

Bolsonaro e Velez-Rodriguez (Foto: Agência Brasil)


Reportagem de Paulo Saldaña, na edição desta segunda-feira (25) da Folha de S.Paulo, revela que o Ministério da Educação (MEC) suspendeu a avaliação da alfabetização no país até 2021. A portaria com as diretrizes do Saeb, avaliação da educação básica, foi publicada nesta segunda-feira (25) no Diário Oficial da União.

O cronograma do Saeb estava atrasado, o que gerou apreensão entre secretários de Educação. Já havia dúvidas dentro do Inep, responsável pela avaliação, com relação à série para a qual a prova de alfabetização seria aplicada. Mas agora ela foi suspensa por dois anos.

Segundo o órgão, a interrupção da prova ocorre para que as redes escolares possam se adaptar à Base Nacional Comum Curricular (que define o que os alunos devem aprender) e à nova política de alfabetização proposta pelo governo.

A avaliação de alfabetização inclui provas de escrita, leitura e matemática. Segundo o último resultado, mais da metade dos alunos do 3º ano do ensino fundamental tem nível insuficiente no exame.

Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.

Bolsonaro manda quartéis celebrarem o golpe de 1964 que instalou a ditadura no país

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Bolsonaro com generais do seu governo (foto: reprodução)


O presidente Jair Bolsonaro orientou os quartéis a comemorarem a “data histórica” do aniversário do dia 31 de março de 1964, quando um golpe militar derrubou o governo João Goulart e iniciou um regime ditatorial que durou 21 anos.

Generais da reserva que integram o primeiro escalão do Executivo, porém, pedem cautela no tom para evitar ruídos desnecessários diante do clima político acirrado e dos riscos de polêmicas em meio aos debates da reforma da Previdência.

Em um governo que reúne o maior número de militares na Esplanada dos Ministérios desde o período da ditadura (1964-1985) – o que já gerou insatisfação de parlamentares –, a comemoração da data deixou de ser uma agenda “proibida”.

Ainda que sem um decreto ou portaria para formalizá-la, a efeméride volta ao calendário de comemorações das Forças Armadas após oito anos.

(…)

DEPUTADOS DO PSL AMEAÇAM FAZER REBELIÃO CONTRA BOLSONARO

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Deputados da legenda não querem carregar o peso de defender o pacote de maldade da Previdência sem receberam nada em troca; até o MEC estaria na “pauta de reivindicação”.

coluna Painel, da jornalista Daniela Lima, na Folha de S. Paulo desta segunda-feira (25), informa que as batidas de cabeça na articulação política de Jair Bolsonaro e o que alguns deputados federais de seu partido chamam de falta de prestígio podem levar a bancada do PSL na Câmara a abandonar o barco da Reforma da Previdência.

Os parlamentares do partido do presidente não querem carregar o peso de defender o pacote de maldades contra os trabalhadores brasileiros sem receber nada em troca. Até o Ministério da Educação estaria na pauta de negociação. Há quem defenda o nome Bia Kicis (PSL/DF) para o comando da pasta.

Líder do PSL na Casa, o deputado Delegado Waldir (PSL) deve chamar reunião com a bancada para esta quarta (27) para definição da “nova postura” em relação ao Planalto. O grau da insatisfação já atingiu o tem de chantagem: ou Bolsonaro muda, ou tiram o corpo fora.

Os parlamentares devem, após esse encontro, reivindicar agenda direta com Bolsonaro e um canal de diálogo permanente com o presidente.


O Planalto, por ora, mantém resistência em negociar com o que chama de “velha política”.

Sinais de desgaste da relação entre o PSL e Jair Bolsonaro já vêm sendo apontado pela Fórum. Na semana passada, Delegado Waldir declarou que a legenda abriria mão da indicação de relatores para a PEC da Reforma da Previdência.

O deputado Alexandre Frota (PSL) – que de entusiasta, tornou-se persona non grata para o presidente – também twittou sobre a dificuldade de viabilizar a proposta que, na prática, desmonta o Sistema de Seguridade Social no Brasil.


*Com informações da Forum

Em lugar das utopias, a boçalidade

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Por mais que se sustente o combate e a certeza de que a noite passa e o sol nascerá, é duro para minha geração ver os tempos de imbecilidade em que mergulhamos.
Pior, muito pior que os da ditadura, embora agora (ao menos, ainda) não estejamos sujeitos a sumir, de repente, para nunca mais sermos vistos.
Agora, tem horas em que a gente quer é sumir para não ver o que as elites dirigentes fizeram a este país.
Hoje, num golpe baixo de Facebook, o colega Luiz Costa Pinto me levou a ver uma homenagem a Milton Nascimento e ouvir o “Coração Civil”:
Quero a utopia, quero tudo e mais/Quero a felicidade nos olhos de um pai/Quero a alegria muita gente feliz/Quero que a justiça reine em meu país/Quero a liberdade, quero o vinho e o pão/Quero ser amizade, quero amor, prazer/Quero nossa cidade sempre ensolarada (…)Se o poeta é o que sonha o que vai ser real/Bom sonhar coisas boas que o homem faz/E esperar pelos frutos no quintal/Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder?/Viva a preguiça, viva a malícia que só a gente é que sabe ter/Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida/Eu vou viver bem melhor/Doido pra ver o meu sonho teimoso, um dia se realizar
Talvez as pessoas percebam, agora e de forma dolorosa, onde nos leva a intolerância, o escracho, os “padrões fifa” de eficiência, o maldito “eu só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder”.
As máquinas foram feitas para buscarem a eficiência; os seres humanos, para buscarem a felicidade.
Maldito também seja o tempo das verdades absolutas, da moral absoluta, da autoridade absoluta, do “correto” absoluto. Tempo triste em que se festeja a morte, a prisão, a vigilância, a segurança que nos enquadra com blitz e até revista pessoal ao assistir um simples jogo de futebol num estádio.
Até mesmo um sujeito “cuca-fresca” como Miguel Falabella diz que agora “andou tudo para trás” e”vivemos uma idade medieval, com enforcamentos públicos, linchamentos”.
Sinto apenas vergonha que minha profissão tenha sido, em parte, o veículo desta degradação.

Quarenta anos de Brasil e de Lula: uma história contada por olhares -Confira o vídeo com as fotos do Leilão Lula Livre

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Dezenas de fotógrafos se unem para organizar leilão de imagens do ex-presidente, captadas desde o final dos anos 1970. Evento será no dia 3 de abril, com participação presencial e online

por Vitor Nuzzi 

Uma imagem da liberdade, que contrasta com o momento atual: Lula em uma praia do Piauí, em 2006, último ano de seu primeiro mandato presidencial


Era noite de sábado, 19 de abril de 1975, no centro de convenções da prefeitura de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Diante de 5 mil pessoas – incluindo o governador, Paulo Egydio Martins –, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, Paulo Vidal, transmite o cargo ao sucessor, ainda no período da ditadura. A posse coincidia com o período do feriado de Tiradentes, patrono dos metalúrgicos. Pouco conhecido, o novo presidente integrava a diretoria desde 1972. Tinha 29 anos – completaria 30 em outubro – e era um torneiro-mecânico da Villares. Viúvo, havia casado novamente em 1974, com Marisa Letícia, também viúva. Nessa época, usava apenas bigode, ainda sem a barba que se tornaria característica.


Luiz Inácio da Silva, o Lula, encabeçava a chapa única das eleições daquele ano, vitoriosa com 97,5% dos válidos, ou pouco mais de 14 mil votos. Receberia 52,7 milhões em 2002 e 58,3 milhões em 2006, eleito e reeleito presidente da República. Esses 40 anos de história serão resumidos em 50 imagens, que irão a leilão no próximo dia 3, a partir das 19h, em um bar da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, que pode ter participação online, além de presencial. (Confira, ao final do texto, vídeo com todas as fotografias.). Dezenas de fotógrafos, de diferentes vivências e com olhares sensíveis, cederam as 50 imagens, em preto e branco.

REPRODUÇÃO/MÔNICA ZARATTINI


Todas as 50 fotos que irão a leilão (como esta, no estádio de Vila Euclides, em São Bernardo, em 1979, durante greve dos metalúrgicos) foram autografadas por Lula e pelos autores (no caso, Juca Martins)


Todas as fotografias foram autografadas pelo ex-presidente em sua cela na Superintendência da Polícia Federal no Paraná – Lula está preso em Curitiba desde 7 de abril do ano passado. As fotos foram levadas para lá em três lotes. A maior parte foi assinada nos dias de Natal e ano-novo. O último chegou à capital paranaense na semana da morte de um de seus irmãos, Genival Inácio da Silva, o Vavá, cujos velório e enterro Lula não conseguiu presenciar.


Os profissionais da imagem também assinam suas obras. As fotos cobrem um período amplo: começa na redemocratização brasileira, com os célebres flagrantes de assembleias no estádio de Vila Euclides, hoje com o nome 1º de Maio, em São Bernardo. Contam um pouco da história dos movimentos sociais, mostram encontros com personagens como Dom Paulo Evaristo Arns, Barack Obama, Fidel Castro, Leonel Brizola e José (Pepe) Mujica, as eleições presidenciais e os governos protagonizados por Lula.


Mostram, inclusive, momentos de intimidade, como a de um Lula despenteado, camisa meio aberta e descalço, ao lado de Marisa, em 1983. Ou engraçados: em um festival da juventude na Bahia, em 2017, perto dos 72 anos, ele mostrou jovialidade – e agilidade – e não teve dúvida em entrar na roda e dançar ao ritmo de Sarrada no Ar (Passinho do Romano), de Mc Crash, um clique inesquecível de Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial de Lula.


E, claro, estão ali as imagens de 7 de abril de 2018, o sábado em que Lula se entregou à Polícia Federal, após extensas e tensas negociações. Correu mundo a foto em que o ex-presidente é carregado pela multidão, no curto trajeto do caminhão de som até a entrada do Sindicato dos Metalúrgicos.
Para a história


O gaúcho Paulo Pinto, que veio para São Paulo no final dos anos 1980, conta que viveu naquele dia um de seus momentos de maior emoção, pessoal e profissional. "Gravei em vários HDs. É uma imagem que não pode ser perdida." Um instante que não chegou a dois minutos e meio, segundo sua cronometragem, mas que será falado "daqui a 50, 100 anos".


Hoje com 39 anos de profissão, Paulo lembra que tinha ido à sede do sindicato no dia anterior, véspera de um ato ecumênico que seria celebrado na rua, diante da entidade, já sob a expectativa de "rendição"à PF. "Desci para o primeiro andar, tinha uma janela que me dava a dimensão exata de onde seria a missa. A minha ideia era ficar no mesmo nível", recorda o fotógrafo, que no sábado chegou às 7h e, na hora do ato, posicionou-se no lugar escolhido previamente. Trocou a lente 70/200 por um grande angular e se preparou.


"Eu tinha a consciência de que aquela imagem era uma coisa histórica. Foi muito emocionante, o pessoal aplaudindo e chorando, gritando 'não se entrega'", lembra Paulo. "Fui dosando, foi clique a clique, pensando na história."



ROBERTO PARIZOTT
Mônica Zarattini fotografou Lula na eleição de 1989, quando o petista perdeu no segundo turno. Em 2003, captou o presidente eleito subindo a rampa

RICARDO STUCKERT


Em 2017, o ex-presidente não pensou em duas vezes e participou da dança da 'sarrada' em encontro de jovens do PT realizado na Bahia

Uma das organizadores do leilão, Mônica Zarattini conta que a preocupação era garantir "imagens históricas, icônicas ou inusitadas". Ela participa com duas, com intervalo de 12 anos: na primeira eleição para presidente após a ditadura, em 1989, Lula beija a cédula – ainda não havia urna eletrônica, e a contagem era no papel. Ali, ele perdeu no segundo turno, para Fernando Collor. A outra mostra o petista sorridente, subindo a rampa do Palácio do Planalto, no dia de sua posse como presidente da República, em 2003.


Mônica começou a fotografar em 1981, ainda estudante, e acompanhou muitos dos passos de Lula como dirigente sindical. Teve foto de um ato sobre a anistia publicada no jornal Tribuna Metalúrgica. Em 1988, entrou na Agência Estado, pela qual cobriu a eleição do ano seguinte. Paulistana, tem formação em História, e leva essa perspectiva para o trabalho profissional.


"No momento que a gente está fotografando, tem muita preocupação técnica, de um bom enquadramento, a leitura da luz, se está tudo correto... Agora, quando se trata de Lula, você tem uma carga de emoção muito grande, pelo carisma que esse homem tem", conta. "Obviamente, como historiadora, sei do papel que eu estava cumprindo naquele dia, em 1989 e 2003. Era o papel de estar registrando um momento histórico. Além de ter uma estética boa, sempre pensei nisso, esse momento histórico tinha que ser captado."
Pela democracia


Ela lembra que em 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, organizou-se um grupo, Fotógrafos contra o Golpe, que se mobilizou contra a posse de Michel Temer, com direitos a manifestações como o Varal da Resistência, com fotografias penduradas na Avenida Paulista. No ano passado, surgiram os Fotógrafos pela Democracia. "Nosso intuito é dar visibilidade à campanha pela libertação de Lula, preso sem provas", afirma o grupo.


O lance inicial para cada foto é de R$ 1.313, referência ao número do PT. Todo o dinheiro arrecado será doado ao Instituto Lula, "por desejo do próprio ex-presidente". Detalhes sobre o evento pode ser encontrados na internet (www.leilaolulalivre.wordpress.com), inclusive para interessados em participar virtualmente (http://v2.leiloespb.vlance.com.br/leilao/index/leilao_id/11).


Roberto Parizotti tinha quase 20 anos quando Luiz Inácio tornou-se presidente do Sindicato dos Metalúrgicos pela primeira vez. O próprio Lula acostumou-se a chamá-lo pelo apelido de Sapão. Militante desde a adolescência, como conta, distribuía jornais na periferia, vendia sanduíche natural e "era rato de teatro, cinema e biblioteca". Jovem, morava perto do Teatro Municipal de Santo André. "Isso me propiciou ver ciclos de cinema", conta Parizotti/Sapão, citando vários autores e diretores.

MÔNICA ZARATTINI


Roberto Parizotti, conhecido como Sapão, inclusive por Lula, fez esta imagem do presidente em 1989, durante uma festa em São Bernardo


A imagem, o olhar, sempre despertou interesse, e ele foi fazer um curso no Museu Lasar Segall, em São Paulo. Posteriormente, se tornaria auxiliar de fotografia. Suas primeiras imagens saíram em publicações do Sindicato dos Químicos do ABC, em meados dos anos 1980. Reconhecido em todo o meio sindical – e fora dele –, Sapão hoje trabalha para a CUT. Faz questões de lembrar de alguns de seus mestres na área jornalística, como Roberto Baraldi e Júlio de Grammont.


Na foto cedida para o leilão, Lula segura com as duas mãos uma bandeira do PT. A imagem foi tirada em uma festa na sede da Associação dos Metalúrgicos Aposentados (AMA), em São Bernardo, ao lado do sindicato da categoria, durante a campanha eleitoral de 1989. Mas Parizotti gosta, particularmente, de uma fotografia tirada anos depois, com Lula e a bandeira brasileira. "Já estava com essa foto na cabeça fazia tempo, e colei nele. Já sabia que era 'a' foto. Lula mandava fazer de 100 (para distribuir)." Outro momento marcante da vida profissional foi durante a greve dos chamados "golas vermelhas" da Ford de São Bernardo, em 1990. Só ali foram 1.200 fotogramas.
Antes da prisão


Dez anos antes, em abril de 1980, Hélio Campos Mello estava no Sindicato dos Metalúrgicos, trabalhando pela IstoÉ, "então uma revista combativa", como lembra, que em 1978 já havia colocado Lula na capa, com foto dele e entrevista para os jornalistas Bernardo Lerer e Mino Carta. Naquele 1980, já com o último general-presidente, João Figueiredo, no poder, os metalúrgicos estão em greve e o governo decreta intervenção no sindicato. "Fotógrafos e repórteres praticamente acampávamos por lá", recorda.


Na foto tirada em 1980, aparece um Lula de boina, cobrindo-se para deitar em um sofá, sob as vistas dos jornalistas. Ele e outros sindicalistas seriam presos e enquadrados na Lei de Segurança Nacional. O movimento operário chamou a atenção do mundo – e a imagem de Hélio, tirada dias antes da prisão, reserva uma curiosidade. "A greve repercutiu internacionalmente e trouxe para o Brasil jornalistas de vários países, entre eles o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, contratado pela revista francesa Actuel, uma mensal dirigida pelo pessoal que teve participação destacada nos movimentos de maio de 68 na França." Salgado, que ainda não havia se tornado ícone, tinha 34 anos. Ele aparece sobre a mesa, em pé, mexendo em seu equipamento.


Outro momento de Lula em 1989 foi acompanhado por Douglas Mansur: o futuro candidato e o cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, encontraram-se na Igreja São Domingos, no bairro de Perdizes. "Eles conversavam muito. Dom Paulo tinha um respeito muito grande pelo Lula", lembra Douglas, que conhecia muito bem o universo da religião. "Como fui diácono, seminarista, mesmo antes de ser repórter-fotográfico eu acompanhava Dom Paulo, ia nas pastorais, na Casa de Detenção..."


Ele entrou definitivamente para a fotografia em 1987, ao sair da Igreja, mas sempre gostou de tirar imagens. Tinha registro profissional e era sindicalizado desde 1984. Especializou-se em acompanhar movimentos sociais – onde há uma atividade, certamente Douglas estará lá. Ele fez, inclusive, uma mestrado cujo tema era a importância da fotografia na documentação desses movimentos, tendo como objeto de pesquisa os trabalhadores sem-terra do Brasil e do Paraguai. Nascido em Timburi, no interior, e com título de cidadão paulistano, vê a imagem como "um instrumento pedagógico".
"Grudando" em Lula


Pelo jornal O Estado de S. Paulo, Luludi havia acompanhado Lula em uma das Caravanas da Cidadania, realizada em 1994. Fotografou o candidato em cima de um ônibus, no interior do Ceará. A outra imagem que faz parte do leilão é de janeiro de 2002, quando ela já trabalhava para a revista Época e o diretor de redação, Paulo Moreira Leite, imaginou uma pauta para aquele ano eleitoral.


Segundo Luludi, era para "grudar" nos candidatos. Ele (PML) queria fotos de intimidade", conta a fotógrafa, que "grudou" no petista. E fez uma imagem de Lula preparando um coelho, no sítio Los Fubangos, em São Bernardo, às margens da represa Billings. O único que realmente pertence à família, como observa a profissional. O avental usado pelo presidente, que acabou virando presente, adquirido na Fundação Casa de Jorge Amado, em Salvador, foi levado pela própria Luludi, para quem Lula, que conhecia desde 1989, sempre foi tranquilo em relação a fotografias. Ele só se aborrecia, conta, "se o fotógrafo quisesse dirigir ele".


No caso de Eliária Andrade, 31 anos de profissão, a sorte ajudou um pouco. Em 21 de março de 2011, Lula recebeu uma premiação no Clube Sírio Libanês, e participava de um jantar. A cerimônia oficial terminou depois das 23h. "Como já estava tarde para o fechamento, e o local reservado para imprensa era a galeria superior e sem iluminação, todos resolveram sair para transmitir (as fotos)", lembra a fotógrafa, que trabalhava para O Globo. Como o jornal fechava mais cedo e o notebook já estava aberto, ela decidiu permanecer ali mesmo.


"Quando eu estava acabando de transmitir as fotos, entram algumas pessoas dançando e em volta do Lula, e na sequência colocam o turbante nele", conta Eliária. "Era quase meia-noite e eu já havia recebido uma mensagem que o jornal estava fechado. Como achei a foto interessante, liguei para o jornal, que já estava rodando. Eles cancelaram a foto anterior e colocaram esta na capa", acrescenta a fotógrafa, que com essa imagem inusitada acabou fazendo com que sua publicação "furasse" as concorrentes.


Em 7 de abril de 2018, o acaso acabou propiciando a Paulo Pinto, então no Imagens Públicas, outra fotografia histórica, embora ele lamente o desfecho daquele dia. Começando no jornal gaúcho A Plateia, com cinco anos de Diário Popular e 17 de Estadão, coberturas de Copa do Mundo e Olimpíadas e inúmeros acontecimentos políticos no Brasil, ele já sabia que tinha feito uma imagem histórica. "Essa foto só vai ser superada quando ele sair (da prisão). Espero estar junto."

Desembargador manda soltar ex-presidente Michel Temer

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Emedebista foi preso preventivamente na quinta passada e estava detido na Superintendência da Polícia Federal no Rio



DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES




O desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, determinou nesta segunda-feira (25/3) a soltura do ex-presidente Michel Temer, segundo informou o advogado Eduardo Canelós a aliados do emedebista.

Athié é relator do habeas corpus dos advogados de Temer, que contestam o decreto de prisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, responsável pela Operação Lava Jato. A decisão também inclui a liberdade do ex-ministro Moreira Franco.

Athié havia pedido que o caso fosse incluído na pauta de julgamento do tribunal na próxima quarta-feira, para que a decisão sobre o habeas corpus fosse colegiada. Ao conceder a liberdade, porém, ele se antecipou.

Temer foi preso na quinta-feira, 22, em investigação que mira supostas propinas de R$ 1 milhão da Engevix no âmbito da Operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato. Também foram detidos preventivamente o ex-ministro Moreira Franco (MDB), e outros 8 sob suspeita de intermediar as vantagens indevidas ao ex-presidente.

DESEMBARGADOR MANDA SOLTAR MICHEL TEMER

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Lula desmente Estadão sobre pedido de prisão domiciliar

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O ex-presidente Lula, por meio de nota, desmentiu o Estadão nesta segunda (25) sobre hipotético pedido de prisão domiciliar.
O jornalão paulistano anotou que a Prefeitura de São Bernardo do Campo autorizou o início das obras na propriedade da família do ex-presidente às margens da represa Billings. O local, segundo a publicação, seria utilizado como refúgio assim que o STF aceitasse seu pedido de prisão domiciliar.
De acordo com a nota, ex-presidente Lula afirma que está concentrado em provar sua inocência e na busca pela liberdade.
Em dezembro do ano passado, o petista se negou a discutir a possibilidade de uma prisão domiciliar. “Não sou pombo-correio para usar tornozeleira”, reagiu na época.
Leia a nota de Lula:
Em relação a nota publicada hoje (25 de março) pela Coluna do Estadão “Sítio no ABC será reformado para eventual prisão domiciliar de Lula”, o título da coluna é falso e equivocado, talvez porque a nota foi escrita na base do chute, sem ouvir nenhum representante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O processo pela liberação da obra é só uma busca do ex-presidente pelo direito de construir no local, contra o abuso de autoridade municipal, que proibiu a obra há mais de um ano sem qualquer motivo justo. Não há hoje nenhum plano de construir no terreno. O ex-presidente está concentrado em provar sua inocência e na busca pela liberdade.
Assessoria do ex-presidente Lula

DOLEIRO QUE TERIA REPASSADO DINHEIRO PARA ELISEU PADILHA É ENCONTRADO MORTO NO RS

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Antônio Cláudio Albernaz, o Tonico, teria relatado a entrega de R$ 1 milhão a um homem, a partir da senha “Angorá” – codinome relacionado a Moreira Franco, detido na mesma operação que prendeu Michel Temer na semana passada.


Preso duas vezes, o doleiro Antônio Claudio Albermaz Cordeiro foi encontrado morto dentro de sua casa, em Porto Alegre (RS), na tarde de domingo (24), conforme informações da rádio GaúchaZH. A Polícia Civil vai investigar as circunstâncias da morte. Por enquanto, a principal hipótese é de suicídio.

Em 2018, Tonico – como era conhecido – foi preso pela Operação “Câmbio Desligo” e, de acordo com a Globo News, confirmou que realizava operações escusas pela Odebrecht.

Delatores aponta que o doleiro teria repassado R$ 1 milhão em espécie em favor de Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil no governo de Michel Temer, preso pela Lava Jato na última quinta-feira (21).

Tonico contou ainda que, em 2014, recebeu um senhor na faixa de 60 anos, alto e totalmente grisalho, para retirar o dinheiro. O homem não teria se identificado; apenas dito a senha “Angorá” – codinome atribuído a Padilha e ao ex-ministro Moreira Franco, também detido na semana passada.

A prisão preventiva do doleiro, em 2018, foi revertida dois dias depois pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 2016, ele já havia sido preso na 26ª Fase da Lava-Jato, batizada de Xepa.

*Com informações da Forum


Thiago dos Reis: queda de Bolsonaro está muito próxima

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Thiago dos Reis explica os motivos pelos quais analistas já consideram que a queda de Bolsonaro está próxima e pode ocorrer antes do que se imagina. É claro, não podemos descartar a possibilidade de a extrema-direita se mobilizar novamente, mas desde a eleição até o momento se passaram quase 5 meses de trapalhadas atrás de trapalhadas e Bolsonaro conseguiu perder todo o apoio estratégico que viabilizou sua eleição.

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VÍDEO: Sem apoio do mercado financeiro, congresso e nem dos militares, queda de Bolsonaro está próxima. Assista e compartilhe!





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Battisti: Confissão Sob Tortura? – Jornal Das 3 – Nº98- 25/3/19


Desembargador que soltou Temer: não se combate corrupção violando regras

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No despacho, o desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) também ressalta ser a favor da Lava-Jato


Na decisão em que concede habeas corpus para o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco e os outros seis presos preventivamente na ação da Polícia Federal deflagrada na semana passada, o desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), afirma que não se pode "violar regras" para combater a "praga" da corrupção.


No despacho, emitido nesta segunda-feira (25/3), Athié se explica e diz ser favorável à Lava-Jato, mas pede respeito às regras constitucionais. "Reafirmo, por fim, que sou a favor da operação chamada Lava Jato. Reafirmo também que as investigações, as decisões, enfim tudo que, não só a ela concerne mas a todas sem exceção, devem observar as garantias constitucionais, e as leis, sob pena de não serem legitimadas", destaca um trecho do documento (acesse a decisão abaixo).

Organização criminosa
Temer é pela força-tarefa da Lava-Jato no Rio de ser líder de uma organização criminosa que supostamente fraudou contratos relacionados às obras da usina de Angra 3, no Rio de Janeiro, e desviou dinheiro da Eletronuclear. A revogação das prisões é imediata e o presidente e os demais encarcerados podem ser liberados a qualquer momento.

Inicialmente, Athié havia marcado a análise do pedido de habeas corpus para a quarta-feira (27), na sessão da Primeira Turma do TRF-2. No entanto, decidiu antecipar sua avaliação sobre as solicitações das defesas dos investigados e entendeu que não existe "contemporaneidade" nas prisões preventivas. Desta forma, o julgamento do pedido de liberdade dos envolvidos, que ocorreria na Turma, fica "prejudicado" e não será mais realizado.



Coletivo de Advogados denuncia propaganda da Lava Jato: Fere a Constituição, é contra a República Federativa do Brasil; quem pagou?

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Coletivo de Advogados denuncia propaganda da Lava Jato: Fere a Constituição, é contra a República Federativa do Brasil; quem pagou?

por Conceição Lemes -Viomundo


Nesta segunda-feira (25/03), quem chega ou sai de Curitiba, pelo Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, vai encontrar no caminho os procuradores da Lava Jato Paraná.

Não são eles ao vivo, não. Mas este outdoor com a imagem de todos e a mensagem: Aqui se cumpre a lei.

Propaganda eleitoral antecipada do novo partido do Brasil, o Partido Lava Jato, e de seus candidatos?

Quem pagou a confecção do outdoor e a exibição?

Quanto custou?

Os gastos já são por conta de fundo ilegal de R$ 2,5 bilhões?

Pode até não ser propaganda eleitoral antecipada, mas que parece, parece.

“Este outdoor fere o princípio constitucional da impessoalidade ao qual os procuradores estão adstritos”, condena Tânia Mandarino, do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD).

Esse princípio proíbe que os nomes e rostos dos procuradores sejam elevados acima do serviço público que prestam.

“É um claro desvio de finalidade, como prevê o artigo 37 da Constituição Federal”, afirma.

“Como bem observa a advogada Stela Bruna Santo, esse outdoor fere ainda o artigo primeiro da Constituição, pois é propaganda contra a República Federativa do Brasil”, denuncia Mandarino.

Não é só. Como ficam os outros estados? Só Curitiba cumpre a lei? Curitiba está querendo ferir o pacto federativo?

“O Brasil não possui uma República de Curitiba. Se os senhores procuradores acham que existe, ela precisa ser desmantelada porque fere os princípios republicanos e federativos do Brasil”, observa, parafraseando Stela Bruna.

— Mas se foi um admirador da Lava Jato que pagou a conta? – a essa altura certamente já levantou essa hipótese, em socorro dos procuradores.

Na hipótese de ser um admirador, os próprios procuradores devem ingressar imediatamente com uma reclamação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), pedindo providências .

“Para assegurar que não são responsáveis pelo outdoor, o mais correto é os procuradores investigarem quem foi o autor e informarem publicamente, a fim de se livrarem de eventuais ilações”, sugere Tânia Mandarino.

De qualquer forma, o CAAD entrará com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pedindo explicações e pedindo a retirada imediata do outdoor.



Constituição que vale para Temer não vale para Lula

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Por Aquiles Lins, para o Jornalistas pela Democracia -O desembargador Ivan Athié aplicou uma chinelada jurídica no juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio de Janeiro, ao mandar soltar o ex-presidente Michel Temer. Mesmo ressaltando não ser contra "a chamada 'Lava-jato'", vacinando-se contra retaliações dos lavatistas, o magistrado foi incisivo: "Sem observância das garantias constitucionais, asseguradas a todos, inclusive aos que a renegam aos outros, com violação de regras não há legitimidade no combate a essa praga [a corrupção]".

O problema é que o mesmo respeito às garantias constitucionais, apontado pelo membro TRF-2, foi solenemente ignorado pelo TRF-4 e pelo Supremo Tribunal Federal para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presunção de inocência é também uma garantia constitucional, talvez a mais importante, prevista no Artigo 5º, inciso LVII. Ela foi, no entanto, sequestrada, única e exclusivamente para prender Lula e tirá-lo das eleições presidenciais que ele venceria no primeiro turno. 

Michel Temer foi preso preventivamente, sem condenação. Já Lula foi condenado em segunda instância e preso. Ocorre que a condenação de Lula é uma farsa. Ela foi montada do início ao fim e durante toda sua tramitação ignorou não apenas a presunção de inocência dos ex-presidente, mas vários dispositivos do devido processo legal. Entre eles: Sérgio Moro não era juiz competente para julgar o caso do triplex, porque este não tinha relação com a Petrobrás; a condenação de Lula foi feita sem apresentação de provas, basicamente com base no depoimento de um delator, José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro da OAS, que deu um cavalo de pau no que havia contado à Justiça até então e passou a incriminar Lula; Sérgio Moro condenou Lula com base em "fatos indeterminados"; Lula foi condenado por ser supostamente dono de um apartamento que restou provado ser de propriedade da OAS e que foi dado como garantia em uma operação financeira junto à Caixa. 

(Conheça e poie o projeto Jornalistas pela Democracia)

Como já dissemos, a decisão da juiz Bretas contra Temer, Moreira Franco, Coronel Lima e outros veio em meio a uma série derrotas da Lava Jato, soando quase como uma retaliação ao Supremo Tribunal Federal pela suspensão do nefasto acordo dos R$ 2,5 bilhões da Petrobrás, bem como do inquérito para investigar ataques aos ministros do STF. Decisão esdrúxula, genérica, com argumentos inconsistentes foi derrubada. No entanto, o espetáculo midiático que montou-se em torno dela já havia provocado estragos. Milhões de brasileiros agora sentem-se revoltados por um notável corrupto (mais do que isso, um conspirador contra a democracia, um golpista) ter se livrado da prisão. Não importa se a Constituição foi agredida para isso. 

O mais importante a se questionar com esta decisão que soltou Michel Temer é: o Superior Tribunal de Justiça irá observar o respeito às garantias fundamentais, a falta de provas fartamente apresentadas, ao julgar o recurso do ex-presidente Lula? A Constituição que valeu para garantir os direitos de Michel Temer precisa valer para devolver a Lula o que lhe foi tirado há praticamente um ano: sua condição de cidadão brasileiro pleno.

Com Lula preso desrespeitando a Constituição e Michel Temer solto em respeito à Constituição, nosso estado democrático de direito segue agredido e colocado a serviço de interesses alheios aos do povo brasileiro.

EM NOTA DURA, MPF DIZ QUE BOLSONARO PODE SER PUNIDO POR APOIO A GOLPE DE 64

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Assinado pelos procuradores Deborah Duprat, Domingos Sávio da Silveira, Marlon Weichert e Eugênia Gonzaga, o documento afirma que a postura de Bolsonaro para que se comemore o golpe de 1964 nos quartéis é de "enorme gravidade constitucional" e "incompatível com o Estado Democrático de Direito" e que ele pode ser judicialmente reprimido; para o órgão, a atitude do presidente "soa como apologia à prática de atrocidades massivas e, portanto, merece repúdio social e político, sem prejuízo das repercussões jurídicas"

247 - O Ministério Público Federal (MPF) publicou uma nota duríssima reagindo ao comportamento do presidente Jair Bolsonaro para que se comemore o golpe de 1964 nos quartéis e lembrou, em dois trechos da nota, que autoridades que celebrem a data podem ser punidas. O gesto do presidente, ressalta o órgão, é de "enorme gravidade constitucional" e "incompatível com o Estado Democrático de Direito".

"É incompatível com o Estado Democrático de Direito festejar um golpe de Estado e um regime que adotou políticas de violações sistemáticas aos direitos humanos e cometeu crimes internacionais", diz a nota.

Para o órgão, a atitude do presidente "soa como apologia à prática de atrocidades massivas e, portanto, merece repúdio social e político, sem prejuízo das repercussões jurídicas".

Assinado pelos procuradores Deborah Duprat, Domingos Sávio da Silveira, Marlon Weichert e Eugênia Gonzaga, o documento lembra Bolsonaro que o apoio a golpes por autoridades brasileiras será judicialmente reprimido. Utilizar a estrutura pública para defender e celebrar crimes "atenta contra os mais básicos princípios da administração pública, o que pode caracterizar ato de improbidade administrativa, nos termos do artigo 11 da Lei n° 8.429, de 1992", destaca.

"O golpe de Estado de 1964, sem nenhuma possibilidade de dúvida ou de revisionismo histórico, foi um rompimento violento e antidemocrático da ordem constitucional. Se repetida nos tempos atuais, a conduta das forças militares e civis que promoveram o golpe seria caracterizada como o crime inafiançável e imprescritível de atentado contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (...)", menciona.

"(...) é importante enfatizar que, se fossem cometidos atualmente, receberiam grave reprimenda judicial, inclusive por parte do Tribunal Penal Internacional, criado pelo Estatuto de Roma em 1998 e ratificado pelo Brasil em 2002 (...), diz ainda o texto. Ao final, o MPF afirma confiar nas Forças Armadas para seguir firmes no cumprimento de seu papel constitucional em defesa da democracia.

MPF pede à Justiça Federal para tornar Temer réu no caso da mala com R$ 500 mil

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Em 2017, o emedebista foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), quando seu então assessor, Rocha Loures, foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil de um representante da J&F

Foto: J. Batista/Agência Câmara


Apesar de ter deixado a prisão nesta segunda-feira (25), a situação de Michel Temer pode piorar. O Ministério Público Federal (MPF), em Brasília, decidiu pedir à Justiça Federal, nesta terça-feira (26), para tornar o emedebista réu em uma ação penal.

Quando ainda estava cumprindo mandato, Temer foi denunciado, em 2017, pela Procuradoria Geral da República (PGR), no caso em que seu então assessor especial, Rodrigo Rocha Loures, foi flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil de um representante da J&F.

De acordo com a denúncia, o dinheiro era propina da empresa para o grupo político de Temer.

Após a denúncia da PGR, a Câmara dos Deputados analisou o caso e rejeitou a continuidade do processo para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Depois disso, a denúncia ficou parada na Justiça. Com a perda do foro privilegiado de Temer, o caso foi para a Justiça Federal de Brasília.

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